Banrisul público ainda mais forte na ALERGS

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Ele já havia deixado muito clara sua posição em relação a PEC 280/2019 na primeira audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa na semana passada. Na tarde da segunda-feira, 21/10, o deputado estadual Edson Brum (MDB) reafirmou sua disposição de votar contra a exclusão do plebiscito da Constituição Estadual para vender Banrisul, Corsan e Procergs. Desta vez, Brum acrescentou a questão do vício de origem que torna inconstitucional a PEC.

Ele é o presidente da CCJ. E já havia dito na terça-feira, 14/10, na audiência que presidiu que votaria contra a PEC do deputado estadual Sérgio Turra (PP). Sua alegação também era política. Brum dissera na ocasião que o governador Eduardo Leite (PSDB) tentava terceirizar uma tarefa que era dele governador.

Na segunda-feira, Brum recebeu em seu gabinete no terceiro andar da Assembleia Legislativa dirigentes bancários da Fetrafi-RS e do SindBancários. Diante de quatro representantes de Banrisulenses, Edson Brum foi peremptório. Ele alega uma inconstitucionalidade, um “vício de origem” nesta PEC 280: um deputado estadual não pode apresentar um projeto que muda a constituição estadual. Só o governador.

Brum contou que é cliente do Banrisul há muito tempo. Fez algumas críticas aos serviços do banco, mas reconheceu a sua importância. “Desde guri, tenho conta no Banrisul”, contou.

O governo Leite, que defende a exclusão do plebiscito para vender Banrisul, Procergs e Corsan, precisa de sete dos 12 votos dos integrantes da CCJ para aprovar o relatório e enviar a plenário para ser votado.

O deputado estadual Elizandro Sabino (PTB) é o responsável pelo relatório. Para que ele fosse à votação na sessão desta terça-feira, 22/10, na CCJ, o parecer deveria ser apresentado até a quinta-feira, 17/10, o que não aconteceu. Isso significa que o parecer do relator não será votado nesta semana. Mas pode ser votado na semana que vem.

Boa conversa e pressão no governo

O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, disse que o Sindicato vai continuar conversando com deputados de todos os partidos políticos e pediu que os Banrisulenses permaneçam atentos. “Foi uma boa conversa com o deputado Edson Brum. Ele sabe a importância do Banrisul público e vê uma inconstitucionalidade na PEC 280”, avaliou Gimenis.

Gimenis entregou o Dossiê Banrisul 2019, elaborado pelo DIEESE, para Edson Brum. Entre os dados do dossiê, figura o histórico de distribuição de dividendos. Desde que a governador Yeda Crusius vendeu 43% dos papéis do Banrisul em 2007, o Estado, maior acionista do banco, deixou de receber R$ 1,48 bilhão. De 2007 a 2018, o Banrisul passou para o governo do estado cerca de R$ 2,1 bilhões.

“Temos que continuar mobilizados e atentos. Temos que pressionar o governador de plantão, mostrando a força da nossa categoria. O governador Eduardo Leite botou um presidente no Banrisul (Cláudio Coutinho) especialista em vender empresas públicas. Ele deve nos ver como empecilho para negociar o banco, porque até agora não recebeu representação dos trabalhadores. Se cada um dos Banrisulenses pressionar a direção do banco a assumir um papel pró-ativo na defesa do banco, o Banrisul tem muito mais chance de permanecer público”, explicou Gimenis.

Também estiveram com o deputado Edson Brum os dirigentes da Fetrafi-RS, Denise Falkenberg Corrêa, Sergio Hoff e Fabio Soares Alves.

Fonte: Imprensa SindBancários

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