A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu
por videoconferência, nesta quinta-feira (22), para discutir as
demissões dos funcionários do banco por todo o Brasil. Depois do relato
dos representantes de todas as federações de bancários do país, a COE
calcula que – no mínimo 1.224 trabalhadores foram demitidos desde o dia
28 de setembro.
“É muita falta de sensibilidade e desrespeito. O
banco, além de demitir em plena pandemia, o faz por telefone, sem
respeitar trabalhadores doentes, hospitalizados, com estabilidades e,
até mesmo, grávidas. É um absurdo”, lamentou Magaly Fagundes,
coordenadora da COE Bradesco.
A decisão dos dirigentes foi pela
adesão à campanha nacional contra as demissões, coordenada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
para combater os desligamentos nos bancos privados. A campanha visa
denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos
Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional
Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia.
Demissões em massa
Os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores este ano, em
descumprimento ao acordo firmado em março com o movimento sindical
bancário de quem não haveria demissões durante a pandemia. De acordo com
do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério
da Economia, foram 12.794 demissões, contra 11.405 contratações, um
saldo negativo de 1.389 postos de trabalho fechados. No levantamento do
Caged para os meses de junho, julho e agosto fica claro que o ritmo das
demissões na categoria aumentou. Em junho, foram registradas 1.363
demissões, número que sobe para 1.634 em julho e atinge 1.841 em agosto.
O
primeiro banco a puxar a fila das demissões foi o Santander, que não
esperou muito e começou a demitir ainda no primeiro semestre. O Itaú
passou a demitir funcionários já no segundo semestre, o mesmo
acontecendo com o Banco Mercantil do Brasil. A mais recente adesão à
lista dos descumpridores do acordo foi a do Bradesco, que combinou uma
campanha publicitária para alardear que estava se preparando para o
futuro, mas adotou um ritmo de demissões que tem se acelerado nas
últimas semanas.
“O momento é de união. Nosso papel é de defender
o emprego e os direitos não só dos bancários do Bradesco, mas de toda a
categoria. Essa é a hora de resgatarmos a união que tivemos em tantas
batalhas, inclusive na Campanha Nacional 2020, que foi histórica, por
ser feita durante uma pandemia sanitária”, afirmou Magaly Fagundes.
#QuemLucraNãoDemite
Nesta sexta-feira (23) vai ter um tuitaço contra as demissões nos bancos. Será às 11h, com a hashtag #QuemLucraNãoDemite. Divulgue ao máximo este protesto, fale para seus amigos e familiares ajudarem a denunciar os bancos que tiveram grandes lucros este ano e não cumprem o acordo com os bancários de não demitir durante a pandemia.
Fonte: Contraf-CUT