Para conter o assédio de concorrentes ao seu quadro de funcionários, o
Banco do Brasil apresentou uma proposta ao seu Conselho de
Administração para manter diretores que vão se aposentar nos próximos
anos. A ideia é estender o benefício, hoje restrito aos
vice-presidentes, de permanecerem instituição mesmo após atingirem o
tempo necessário para saírem.
Segundo informações do Broadcast,
o plano de incentivo a diretores valerá até 2027 e mira, ao menos 15
executivos que poderiam deixar o BB por conta da aposentadoria.
“Até
que enfim o banco busca reter talentos para o processo de sucessão.
Isso mostra que funcionários do banco são bem preparados, inclusive são
cobiçados pelo mercado. Assim, não dá para deixar de notar que tal
medida contradiz o que propala Paulo Guedes (ministro da Economia) ao
tentar impingir a pecha de falta de qualificação e compromisso sobre os
funcionários públicos”, afirmou o coordenador da Comissão de Empresa dos
Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Fukunaga
lamentou, no entanto, que o banco apresente uma proposta para dobrar
salário dos executivos, mas tenha feito pressão durante a Campanha
Nacional dos Bancários para não que não fosse dado aumento real para a
categoria. “Os funcionários do Banco do Brasil, de uma forma geral, são
bem preparados e dão o máximo para que o banco atinja bons resultados e
obtenha lucro. Todos deveriam ser reconhecidos pelo seu esforço”, disse.
Previ
A ampliação do benefício aos diretores pode ajudar a reter executivos-chave sem gerar aumento com as despesas de pessoal, uma vez que o complemento de salário virá do fundo de pensão do BB, a Previ.
“É bom observarmos que a Previ não terá prejuízo, uma vez que os valores já sairiam dos cofres do fundo por causa da aposentadoria. Não temos informações detalhadas, mas é isso o que deve acontecer. Primeiro eles se demitem e depois o banco os recontrata em novo regime de trabalho, que não é CLT”, explicou o coordenador da CEBB.
Segundo o Broadcast, a estratégia é bem vista nos bastidores por diretores.
Fonte: Contraf-CUT