Ao fim das negociações sobre o plano de reestruturação que prevê a
demissão de 5 mil funcionários e o fechamento de 112 agências, 242
postos de atendimento e sete escritórios, o Banco do Brasil não atendeu
as reivindicações dos trabalhadores e nem aceitou retirar as condições
para apresentar uma proposta.
Na primeira parte da reunião,
o banco havia apresentado uma proposta de prorrogação de 30 dias no
processo de retirada da gratificação dos caixas, mas condicionou a
proposta à assinatura por todas as entidades do acordo de compensação de
horas em decorrência da pandemia e do Acordo de Comissão de Conciliação
Prévia (CCP), ambos já em negociação com a Contraf-CUT. O banco também
exigia a retirada de ações judiciais em andamento contra o banco. A
Contraf-CUT recusou a proposta e, depois disso, houve um intervalo nas
negociações.
Na segunda parte da reunião de negociações desta
terça, o banco retirou até a proposta que havia feito antes e não deu
prazo para que as entidades consultassem os funcionários sobre a
proposta apresentada pela manhã.
Busca da mediação
“Buscamos a mediação do MPT (Ministério Público do Trabalho) em
virtude da não resposta do banco ao nosso ofício que solicitava as
negociações, mas, mesmo com a medição, as negociações foram
infrutíferas”, explicou secretário-geral da Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Gustavo Tabatinga, ao
lembrar que, desde quarta-feira (3), estão ocorrendo reuniões de negociações entre os trabalhadores e o banco com a intermediação do MPT.
Ao
fim da reunião, Tabatinga disse que a Contraf-CUT orienta que os
sindicatos intensifiquem as atividades a partir desta quarta-feira (10),
que é quando o banco pretende dar início ao seu plano de
reestruturação, retirando todas as funções de caixa. Ele lembrou, ainda,
que os funcionários do BB aprovaram na última sexta-feira (5) o Estado
de Greve, em assembleias realizadas por sindicatos de todo o país.
“Temos que arrancar negociação, os caixas não podem ficar sem sua
gratificação, principalmente nesse período de pandemia”, completou.
Comando solicita negociação
Apesar de orientar a intensificação das manifestações, os
trabalhadores querem continuar as negociações. Ao fim da mediação o
Comando Nacional dos Bancários solicitou uma reunião para continuar as
tratativas.
“Mostramos que estamos dispostos a negociar.
Acreditamos na via negocial e queremos continuar as tratativas”, disse o
coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil
(CEBB), João Fukunaga. “Queremos manter as gratificações dos caixas e
evitar que os trabalhadores sejam, mais uma vez, prejudicados”,
completou.
Manifestações
Os trabalhadores já comunicaram ao banco que, nesta quarta-feira (10) ocorrerão manifestações nas agências do Banco do Brasil em todo o país e que foi decretado o Estado de Greve em assembleias realizadas em todo o país.
Fonte: Contraf-CUT