A reunião da mesa de negociação permanente entre a Comissão Executiva
dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e a direção do banco
público, realizada nesta terça-feira (16) por videoconferência, debateu
melhores condições de trabalho aos empregados durante a pandemia de
Coronavírus (Covid-19). “É sempre importante lembrar que esta mesa
permanente é uma conquista dos empregados. A ideia é que consigamos
construir, juntamente com a direção do banco, ações que priorizem os
trabalhadores”, explicou a coordenadora da CEE/Caixa e secretária de
Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt.
Antes de iniciar o
debate sobre os pontos da pauta, a coordenadora da CEE cobrou que a
Caixa negocie e reforce junto ao governo a inclusão da categoria
bancária no Plano Nacional de Imunização (PIN). Na semana passada a
Contraf-CUT encaminhou ofício ao Ministério da Saúde solicitando essa
inclusão, visto que a atividade bancária é considerada essencial e se
mantém ativa e em funcionamento em todo o território brasileiro.
Além
disso, foi reforçada a necessidade de mais contratações, além do que já
foi divulgado pelo banco, para ajudar na melhoria das condições de
trabalho e possibilitar, ainda, um melhor atendimento para a sociedade.
Também
foram cobradas respostas aos ofícios enviados pela Contraf-CUT, como o
que pede a flexibilização da entrega das certificações Anbima e a
manutenção das funções; esclarecimentos sobre a instabilidade dos
sistemas; da reestruturação (pauta pendente já da última mesa ocorrida) e
do canal de apoio para casos de violência contra a mulher.
Trabalho remoto
A Caixa fez uma apresentação da proposta de Acordo Coletivo de
Trabalho (ACT) sobre teletrabalho e banco de horas. Entre os itens já
apaziguados estão a disponibilização de equipamentos e cadeiras em
comodato, atenção médica à saúde com avaliação específica, ação
educacional sobre trabalho remoto para gestores e empregados, mudança do
presencial para o remoto “por iniciativa do empregado”, entre outros.
Impasse,
até então, no debate sobre o Teletrabalho, a Caixa atendeu a
reivindicação dos trabalhadores e será possível a marcação do ponto. Na
nova proposta há a previsão de duas modalidades para o trabalho remoto,
mediante negociação entre o empregador e o gestor: sem controle da
jornada de trabalho ou com controle da jornada de trabalho e banco de
horas para compensação em até 12 meses.
A Comissão também
reiterou a reivindicação feita na última mesa de negociação de uma ajuda
de custo, pois as despesas do teletrabalho não devem ser arcados pelos
trabalhadores e sim custeados pela empresa.
Sobre o banco de
horas, a CEE/Caixa fez a crítica, pois, dependendo da forma que for
escrito, pode impossibilitar o pagamento de horas extras aos empregados.
Outro ponto importante foi a reivindicação que durante a pandemia não
seja feita destituição de função e/ou rebaixamento.
O banco ficou
de avaliar os apontamentos e irá disponibilizar a minuta do ACT para
ser avaliada pelos representantes dos trabalhadores na próxima semana.
MFA
A Caixa fez uma apresentação sobre as medidas necessárias à conexão
remota em “Virtual Private Network – VPN” da Caixa e as ações
necessárias à segurança dos acessos para realização do trabalho através
do “Múltiplo Fator de Autenticação – MFA”. E a importância do sistema da
proteção do empregado.
O movimento sindical ressaltou que os
empregados foram pegos de surpresa, o que gerou muitas dúvidas. O
principal problema está no uso dos celulares próprios dos empregados,
que compromete o funcionamento do aparelho, além dos gastos com
internet, todos pagos pelos empregados.
“O movimento sindical não
é contra as medidas de segurança para os clientes e empregados, mas
essas mudanças não podem gerar custos aos trabalhadores”, explicou
Fabiana. “O que será feito com os empregados que não conseguirem fazer a
autenticação? Eles não podem ser penalizados por conta de mudanças no
sistema”, questionou a coordenadora da CEE.
A Caixa respondeu que
está avaliando a possibilidade de aplicar este reembolso aos empregados
dentro do acordo de teletrabalho. Disse que a previsão é que seja, de
fato, imprescindível para a realização do teletrabalho.
Os
representantes dos trabalhadores salientaram o fato de que o empregado,
na prática, já utiliza o aparelho celular pessoal em benefício da
empresa. “A própria empresa, institucionalmente, produz comunicação para
distribuição para os empregados pelo WhatsApp, que é usado como
ferramenta de cobrança de metas e meio de comunicação. Se a empresa
pretende obrigar o uso do aparelho, deve fornecê-lo aos empregados,
assumir os custos e regrar o uso, para que se dê dentro da jornada de
trabalho e preservando o direito à desconexão.”, completou Leonardo
Quadros, membro da CEE/ Caixa. “Além disso, lembramos que a cobrança de
metas por mensagens eletrônicas nos telefones celulares dos empregados é
pratica proibida pela CCT, e situações como o MFA acabam por encorajar
esta prática”, conclui.
Sistemas
O movimento sindical cobrou a regularização dos sistemas, que
apresentam instabilidades constantemente, e a não responsabilização dos
empregados pelos problemas decorrentes das falhas tecnológicas.
Foram
dados exemplos como: quedas e travamentos durante o dia, operações que
são ou não estornadas, transações que não aparecem na fita de caixa,
inúmeros problemas causando diferenças de caixa.
Essa
instabilidade não só tem prejudicado o desenvolvimento das atividades
dos empregados, como também tem refletido nos clientes. O IBC tem tido
problemas de lentidão e dificuldades de acesso até o momento.
Protocolos de prevenção da Covid-19
A CEE cobrou que a Caixa avance nos protocolos. Mesmo nos protocolos
já existentes há denúncias de que não são cumpridos, como a
higienização, que não está sendo realizada de forma tempestiva,
constante ou de forma correta. Itens da pauta que tiveram avanço foram a
questão de instalação de protetores de acrílico nas agências e a
contratação de vigilantes externos e recepcionistas para o período de
pagamento do auxílio emergencial. Segundo o banco isso já está em
andamento.
Os representantes dos trabalhadores ainda cobraram a
limitação da quantidade de clientes por vez nas agências, aferição de
temperatura para entrada na agência, o retorno do rodízio, testagem para
todos os empregados da unidade onde houver caso suspeito/confirmado,
orientação de compra pelo pronto pagamento do tipo de máscaras eficazes
(M 95, Pff 2, Tripla cirúrgica), manutenção e ampliação de empregados no
Projeto Remoto e revisão da lista de “serviços essenciais”.
A
CEE apontou ainda que as metas e o assédio moral tem adoecido
sobremaneira os bancários, além de sobrecarregar a jornada já estafante
dos trabalhadores. “Na pandemia o foco não pode ser metas e sim o
atendimento digno da população. Além disso, estamos cobrando o
compromisso que a Caixa fez durante a Campanha Nacional, de negociar com
o governo a não abertura aos sábados. Se durante a semana o foco for o
atendimento, agregado com o funcionamento dos sistemas, em especial do
app Caixa Tem, não existe necessidade dos colegas trabalharem aos
sábados” disse Fabiana.
Mobilidade dos Empregados
A CEE cobrou que a Caixa atenda as reivindicações dos trabalhadores
de mobilidade entre as agências antes das contratações dos novos
empregados. Também pediu que revise o Deu Match e Equaliza, uma vez que
os sistemas não tem funcionado.
A reunião foi suspensa, devido ao
adiantar da hora, por conta da reunião entre o Comando e a Fenaban,
marcada para o início da tarde desta terça. Um novo encontro será
agendado em breve.
Entretanto, a Comissão reforçou a cobrança para que a Caixa dê respostas sobre os pontos que ficaram pendentes como:
- Reestruturação;
- Não exposição de “Nome e Sobrenome” de funcionário em SMS de avaliação de atendimento;
- Inibir que empregados atuem fora da agência (após a porta giratória);
- CR444 (PQV);
- Lives durante horário de atendimento;
- PSIs (transparência).
- Fim dos objetivos SMART da VIRED;
- PSIs (transparência).
Fonte: Contraf-CUT
1 Comentário
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