Nesta segunda-feira (27), mesmo dia em que o saque do
auxílio emergencial começou, a coordenação do Comando Nacional dos Bancários e
a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa se reuniu com a direção do
banco.
A videoconferência buscava exatamente medidas para evitar as enormes filas que
se formaram nas portas de algumas agências nas últimas semanas, devido à falta
de informação da população sobre o pagamento do auxílio, que colocam em risco
tanto os empregados quanto a população.
Desde o início da pandemia, os empregados cobram do banco uma campanha de
comunicação para orientar a população a não ir às agências e de como conseguir
se cadastrar para receber o auxílio. “A principal responsável pelas
aglomerações nas unidades bancárias da Caixa é a falta de informações por causa
do auxílio emergencial. Estimativas apontam que 80% das filas são causadas
pelos pagamentos da renda emergencial. Só que mais da metade delas, não
precisariam e nem deveriam estar ali”, explicou presidenta da Confederação Nacional
dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma
das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Nós solicitamos à Caixa
que nos envie a campanha para que possamos encaminhar aos sindicatos e aos
movimentos sociais de todas as regiões do Brasil para que eles possam ajudar da
divulgação e na busca pela redução das filas nas agências”, completou.
Rodízio de empregados
Os representantes dos trabalhadores cobraram também a manutenção do
rodízio semanal, no qual os empregados ficam uma semana no trabalho
remoto e uma semana no atendimento, e dos critérios para o teletrabalho.
Foi cobrado e a direção da Caixa garantiu que a adesão voluntária não
excluirá o rodízio e também que não será permitida qualquer pressão dos
gestores para a adesão ao site queroatender.caixa, no qual as equipes
podem se inscrever para voltar fisicamente ao trabalho, garantindo que a
inscrição seja totalmente voluntária. Os representantes dos empregados
reivindicaram que este sistema seja utilizado apenas mas agências que
necessitam para manter o rodízio e só no período específico de
necessidade
O movimento sindical cobrou ainda a informação de
quantos pagamentos do auxílio emergencial já foram feitos pelo banco. A
direção da Caixa ficou de apurar e ainda de confirmar informação ou não
de que 1% de todo o pagamento via poupança digital, por amostragem, vai
ter que passar pelo gerente pra tirar cópia de documento e autorizar o
pagamento. Esse montante representaria 150 mil pessoas.
A Caixa
disse que tem feito as melhorias no aplicativo constantemente. E que
transferiu vários desenvolvedores da sua área de Tecnologia da
Informação para que fosse feito melhorias no sistema. De acordo com o
banco público, 13,6 milhões de contas digitais foram abertas e quase 6
milhões de pessoas já foram atendidas pelo aplicativo.
“Os
empregados da Caixa se orgulham muito de ser empregados da Caixa e do
papel fundamental da Caixa, como banco público. No entanto, exigem
respeito ao seu trabalho. Por isso que somos tão incisivos nas cobranças
que fazemos”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da CEE/ Caixa.
Outras cobranças
Os demais pontos que foram cobrados pelo Comando e pela CEE/Caixa
estão, aos poucos, sendo implementados, como a contratação de segurança
desarmado para organizar as filas e as proteções de acrílico nos caixas e
equipamentos de proteção individual (EPIs) para todos os empregados.
Com
a autorização da Polícia Federal para atuar na organização de filas do
lado de fora das agências, 558 unidades estão com um vigilante e 371
unidade estão com 2 vigilantes. Quanto aos EPIs, mais de 90% das
unidades estão com as proteções básicas, quase 85% tiveram as proteções
de acrílicos instaladas e 41,11% receberam as máscaras de acrílico.
Os
representantes dos trabalhadores apresentaram ainda denúncias de
empregados de que o banco tem pedido para irem a casas lotéricas para
atender às filas. Porém, esses locais não têm segurança sanitária
necessária na prevenção de contaminação, por falta de infraestrutura. A
direção da Caixa negou esta orientação.
Saúde Caixa
Depois de mais uma cobrança do movimento sindical, em ofício enviado no dia 25 de março, a Caixa marcou uma reunião para esta quarta-feira (29), na qual trará uma proposta de “Saúde Caixa para Todos”, antiga reivindicação dos empregados, que ganhou força durante a crise do coronavírus.
Auxílio emergencial
Dionísio Reis, coordenador da CEE/ Caixa, lembra que, apesar
do início do saque do auxílio emergencial, não adianta correr para ter o
dinheiro em mãos. “O escalonamento do saque visa evitar aglomerações nas portas
das agências e das casas lotéricas”, disse.
O saque será escalonado e os primeiros que terão o direito a sacar são os
trabalhadores nascidos em janeiro e fevereiro. Na terça-feira (28), poderão
sacar os nascidos em março e abril e na quarta-feira (29), quem nasceu em maio
e junho e assim por diante. Veja calendário abaixo:
- 27 de abril – nascidos em janeiro e fevereiro
- 28 de abril – nascidos em março e abril
- 29 de abril – nascidos em maio e junho
- 30 de abril – nascidos julho e agosto
- 04 de maio – nascidos em setembro e outubro
- 05 de maio – nascidos em novembro e dezembro.
Este calendário de saques é para as pessoas que receberam por meio da conta digital aberta pelo banco.