A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa
Econômica Federal (Fenae), as Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs), a
Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa (Fenag) e
demais entidades representativas da categoria se unem para defender o
empregado da Caixa. A Campanha de Valorização dos Bancários da Caixa foi
lançada no dia 28 de dezembro com o objetivo de mostrar para a
sociedade a importância dos trabalhadores que atuam para manter a Caixa
forte para todos os brasileiros.
A falta de trabalhadores é uma
pauta frequente da categoria. Depois do último Programa de Demissão
Voluntária (PDV), o déficit atingiu mais de 19 mil postos de trabalho. O
número deve aumentar, uma vez que ainda não foram divulgados os números
de desligamentos do PDV. “Existe uma necessidade urgente que é dar
melhores condições de trabalho para todos os empregados. Os colegas já
estão sobrecarregados e a situação só piora. O cansaço é de todos e por
isso a Caixa precisa contratar. A ampliação do quadro além de aliviar a
sobrecarga também significa um atendimento melhor para a população”,
avaliou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa
(CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Contraf-CUT, Fabiana Uehara
Proscholdt.
Na última mesa de negociação com a CEE com a direção
da Caixa, o banco afirmou não haver autorização da Secretaria de
Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) para fazer mais
contratações, ignorando os trabalhadores que estão angustiados e
adoecendo.
Pandemia
Na pandemia, os empregados, mais uma vez, trabalharam intensamente
para cumprir o papel social da Caixa. Foram nove meses de pagamento do
pagamento do auxílio emergencial para mais de 67 milhões de brasileiros,
medida tomada para aliviar os efeitos da crise sanitária. Também foram
os trabalhadores da Caixa que atenderam outros 50 milhões de brasileiros
que buscaram o banco para receber outros benefícios emergências.
Mesmo
com todo o trabalho realizado, e ao invés de reconhecer seus
trabalhadores, a direção da Caixa segue cobrando metas desumanas. “O que
queremos deixar claro neste momento é que todo este trabalho
excepcional foi desenvolvido pelos empregados – um corpo funcional
altamente gabaritado, com expertise e total dedicação à função social da
Caixa”, explica o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
Além das
metas abusivas, as jornadas extensivas de 10 ou 12 horas também têm
atingido os empregados. O resultado de tanta pressão e sobrecarga de
trabalho é o adoecimento do trabalhador.
“A pressão e cobrança
por metas desumanas estão adoecendo os trabalhadores. Mesmo com quadro
reduzido para atendimento, os bancários ainda são direcionados para
outros trabalhos no objetivo de cumprir metas. A direção da Caixa é
perversa. Cadê o respeito e valorização dos colegas?” ressaltou o
presidente da Fenae.
Covid-19
Outro mote da Campanha é o home office para proteção contra a
pandemia. Os protocolos de saúde da Caixa, construídos junto com os
empregados se tornaram exemplo. Com o número de casos de contaminação
por covid-19 aumentando em todo o país, as entidades cobram a manutenção
do home office para salvar vidas.
“Sabemos que o distanciamento
social segue como uma das principais ações contra a contaminação da
covid-19. Por isso, o home office é tão importante. Em mesa de
negociação ocorrida no dia 3 de dezembro, a Caixa informou a prorrogação
até dia 31 de janeiro de 2021. Vamos continuar cobrando que se o
cenário da pandemia não melhorar que esse prazo seja alongado”,
enfatizou Fabiana.
Fatiamento da Caixa
Essencial para uma sociedade mais igual, a Caixa têm sido o banco do
desenvolvimento e da habitação. A Campanha também irá abordar as medidas
do governo que tem atacado o banco público, fatiando suas áreas mais
rentáveis e vendendo um patrimônio do Brasil.
A Medida Provisória
995, que privatiza a Caixa por meio de suas subsidiárias, editada em
agosto de 2020, é uma delas. Apesar de ter perdido a validade, a MP
preparou subsidiárias para a abertura da capital, como a Caixa
Seguridade. Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a
privatização deverá acontecer em fevereiro de 2021.
Fonte: Contraf-CUT, com informações da Fenae