Medidas dos bancos ainda são aquém da gravidade da situação

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Após um final de semana onde as notícias confirmam o crescimento da pandemia no país, os banqueiros e o Governo Federal insistem em não reconhecer a gravidade da situação, conforme constatação após o debate havido na tarde de hoje, por videoconferência, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban.
Se por um lado já não há mais na sociedade expectativa de que do Planalto surjam medidas capazes de enfrentar a crise na sua real dimensão, os representantes dos bancos relutam em adotar um regime de contingenciamento que garanta maior segurança para o conjunto da categoria e a população.
Apesar de legítimas as preocupações em relação a manutenção dos serviços bancários essenciais para as camadas mais desprotegidas, como aposentados, por exemplo, é urgente que se restrinja ao máximo o risco de contaminação pelo novo coronavírus.
Enquanto o mundo se preocupa em proteger a vida das pessoas, as ameaças aos trabalhadores contidas na MP 927, editada por Bolsonaro, são um inequívoco retrato do oportunismo e da irresponsabilidade do atual governo, cujo estoque de insanidades parece não ter fim.
Ao contrário da manifestação do representante dos bancos na reunião de hoje em relação aos bancários, o enfrentamento a pandemia não carece de heroísmos, mas sim de responsabilidade e ações que coloquem a vida acima de quaisquer outros interesses.

Propostas apresentadas pelo Comando aos bancos:

  1. Fechamento das agências bancárias e demais unidades em todo o país;
  2. Fechar das agências em hospitais e aeroportos;
  3. Suspensão da cobrança de metas;
  4. Manter atendimento não presencial das atividades consideradas essenciais pelo decreto 10.282/2020, que estabelece em seu artigo 3º § 1º inciso XX que são atividades essenciais no setor financeiro: “compensação bancária, redes de cartões de crédito e débito, caixas bancários eletrônicos e outros serviços não presenciais de instituições financeiras”.
  5. Agendamento para casos de atendimento presencial em caso de extrema necessidade;
  6. Redução da jornada para os que tiverem que ir ao local de trabalho;
  7. Garantia de deslocamento seguro para os que tiverem que fazer o atendimento não presencial de alimentação e processamento do autoatendimento;
  8. Suspensão das demissões;
  9. Home Office para todos os bancários e bancárias, com exceção de quem terá que ir às agências para dar suporte ao funcionamento dos caixas eletrônicos. Devendo haver escala de revezamento. Não podendo ser incluído no mesmo os funcionários que estão nos grupos de risco; os que não tem com quem deixar os filhos menores e àqueles que coabitem com pessoas enquadradas no grupo de risco, ex dos pais idosos;
  10. Garantia da ultratividade dos Acordos e Convenções Coletivas até 31/01/2021;
  11. A MP 927 não será adotada sem negociação coletiva com o Comando;
  12. Suspensão dos descomissionamentos;
  13. Antecipação do Vale Alimentação;
  14. Que os bancos façam campanha na mídia orientando os clientes sobre o uso dos meios digitais; caixas eletrônicos e os riscos da contaminação do CORONAVÍRUS;
  15. Disponibilizar máscara, luvas e álcool gel para os que irão realizar essas atividades essenciais;
  16. Suspensão dos vencimentos dos boletos por sessenta dias;
  17. Isenção de tarifas (clientes com renda até dois salários mínimos) de três transferências eletrônicas mês (TED E DOC) para diminuir a contaminação pelo uso de cédulas;

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