A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco Santander
se reuniu com os representantes do banco na tarde desta terça-feira
(28) para tratar sobre banco de horas negativas, aditivo sobre
compartilhamento de dados pessoais dos funcionários e mudanças nos
procedimentos de testagem para Covid-19.
“Fizemos algumas
reivindicações. O banco vai analisar e voltaremos a debater na próxima
reunião”, informou a coordenadora da COE, Maria Rosani.
Banco de horas negativas
O banco apresentou na manhã desta mesma terça uma proposta sobre banco de horas. Momentos antes da reunião com o banco a representação dos trabalhadores analisaram a proposta e solicitaram alterações que fossem mais benéficas para os funcionários. O banco ficou de analisar as solicitações e responder na próxima reunião.
Compartilhamento de dados dos funcionários
A COE também questionou sobre uma proposta de aditivo ao contrato de
trabalho que o banco está fazendo diretamente aos trabalhadores.
Assinado o aditivo os funcionários autorizam o Santander a compartilhar dados pessoais com terceiros.
A
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT) e os sindicatos orientam os trabalhadores a não assinarem
tal aditivo até que as negociações sobre o assunto sejam concluídas. “O
banco precisa informar qual a finalidade do compartilhamento das
informações pessoais de seus funcionários com terceiros. Da forma como
foi feito, o documento contraria o que determina a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGDP)”,
disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Mario
Raia. O tema também voltará a ser debatido na sexta-feira.
Protocolos da Covid-19
O Santander promoveu uma nova alteração nos protocolos para testagem e
retorno ao trabalho de funcionários com suspeita de Covid-19, ou que
tiveram contato com eles.
O banco realizou parceria com algumas
redes de farmácias e fará o teste rápido (eco teste) nos funcionários
com suspeita de infecção pelo novo coronavírus e naqueles tiveram
contato com eles. Caso seja confirmada a contaminação pelo novo
coronavírus, o funcionário será afastado e todos serão monitorados por
14 dias para verificar se há o surgimento de sintomas de Covid-19. O
funcionário que testar positivo fará uma retestagem pelo método de
biologia molecular (teste RT-PCR) para confirmar, ou não, o resultado.
Mais
do que o tipo de teste realizado, a preocupação da representação dos
trabalhadores é com a possibilidade de os trabalhadores que tiverem
resultado negativo pela testagem rápida retornar ao trabalho e poder
contaminar seus colegas, uma vez que este tipo de teste tem grande
probabilidade (cerca de 30%) de dar resultado errado (falso negativo, ou
falso positivo).
O banco se comprometeu que, independente do
teste, fará o acompanhamento das pessoas por 14 dias para verificar se
há o surgimento de sintomas da doença. E pediu para se aguarde um mês
para que haja uma possibilidade de analisar os resultados deste novo
protocolo de procedimentos. O banco disse manterá canal permanente de
debate sobre esse tema e poderá rever os procedimentos caso, em
conversações com os trabalhadores, se verifique algum equívoco nos
mesmos.
Novos assuntos
Além dos pontos que já estavam na pauta de negociações, o banco disse que quer tratar nas próximas reuniões sobre o teletrabalho e a Participação dos Lucros e Resultados.
Todos os temas voltam a ser debatidos na próxima reunião, agendada para a manhã de sexta-feira (31).
Fonte: Contraf Cut