Pressão empresarial faz Governador recuar de medidas de prevenção

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Um grupo de 50 entidades empresariais catarinenses lançou, nesta quarta-feira (25), o que denominaram “Movimento Reage SC”, enviando ao Governador do estado um ofício “sugerindo”, ou seria ordenando, ao governador Carlos Moisés da Silva iniciar “imediatamente” (prazo dado para cumprir a ordem sugerida) o planejamento da retomada da atividade econômica a partir do dia 30 deste mês.

Num movimento “organizadamente espontâneo”, prudentemente blindados em seus valorosos veículos, dezenas de “cidadãos preocupadíssimos” com as consequências das medidas protetivas para a economia de Santa Catarina, saíram em passeata, a conclamar a abertura dos shoppings centers, restaurantes e casas noturnas. Afinal de contas, diversão e boa comida é tudo nessa vida.

Enquanto isso, autoridades de saúde, daqui e do mundo inteiro, reforçam o alerta contra a pandemia do novo coronavírus, recomendando que os governos adotem medidas de isolamento e restrição com a aceleração do contágio em quase todos os países.

É de se estranhar a atitude do Governo de Santa Catarina, elogiado até aqui por ter prontamente adotado as recomendações da OMS e certamente salvando centenas de vidas, imediatamente, como sugerido ou ordenado pela elite empresarial, ter anunciado a flexibização das medidas protetivas, justamente no momento, como demonstram os especialistas em saúde pública, estamos muito próximos do agravamento dos níveis de contaminação.

Ao contrário de alinhar-se a estupidez defendida pelo Governo Federal, para o qual a pandemia se trata apenas de uma gripezinha e que, para alguns empresários milionários vai matar apenas 5 ou 6 mil velhinhos brasileiros, o Governador Moisés deveria estar nesse momento determinando medidas de garantia isolamento e a preservação das vidas, principalmente daqueles trabalhadores que estão colocando suas vidas em risco para manter os serviços essenciais.

E é óbvio, buscando alternativas para que os trabalhadores que permanecem em suas casas possam, nesse momento, cumprir com a obrigação de cuidar das suas vidas e da vidas de seus familiares.

Quando o pior da pandemia passar, e se espera com o mínimo de perdas entre nós, deve o Governo do Estado reunir todas as representações da sociedade catarinense, dos empresários, dos trabalhadores, dos movimentos sociais, do Ministério Público, da Justiça do Trabalho e, principalmente, representantes da área da Saúde.

E, a partir de amplo debate, avaliando com responsabilidade a retomada das atividades, construir com toda a população o novo momento, onde com segurança poderemos todos retornar ao convívio social.

Enquanto isso, que a população reaja em nome da vida. E quem puder, fique em casa!!

#SCnãoquermorrer

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