• Bancári@s querem garantia do emprego e que as demissões sejam suspensas
• Categoria tinha 513 mil trabalhando em 2012 e 453 mil em 2018
• Todo mês, uma média de 100 agências bancárias são fechadas
• Pandemia mostrou que agências físicas são necessárias para atender a população
A defesa do emprego foi o tema das negociações desta quinta-feira (6), entre o Comando Nacional d@s Bancári@s
e representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Foi a
segunda rodada de negociações, feita por videoconferência. O debate se
dá em meio à redução dos postos de trabalho. De acordo com dados da
Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho,
de janeiro de 2013 a dezembro de 2019 os bancos fecharam 70 mil postos
de trabalho, o que equivale a uma redução de cerca de 14% da categoria.
Sendo que 51 mil postos foram cortados só entre 2016 e 2019. Entre as
reivindicações apresentadas estão a manutenção dos empregos e a
suspensão das demissões.
Mesmo após o acordo entre o Comando Nacional d@s Bacári@s
e a Fenaban no início da pandemia, para a suspensão das demissões no
período, os bancos demitiram. O campeão das demissões foi o Banco
Santander que, no segundo trimestre deste ano, demitiu 844 bancári@s.
“Queremos garantia de emprego e que as demissões sejam suspensas.
Estamos em um processo de negociação e há bancos estão demitindo”,
questionou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, uma das coordenadoras
do Comando. Em 2012, a categoria bancária era composta por 513 mil
trabalhadores, número que caiu para 453 mil em 2018, principalmente após
um longo processo de cortes no governo Temer.
Agências fechadas
Foi apresentado também aos representantes da Fenaban a questão
do fechamento de agências bancárias. “De dezembro 2019 até junho deste
ano, foram fechadas no país 558 agências bancárias. Nos últimos 12
meses, tem uma média mensal de 100 agências fechadas. Agências são
fechadas na pandemia, quando a população mais precisa. É também um
impacto para o emprego e para a economia. O desemprego atinge também os
seguranças, o pessoal da limpeza”, afirmou Juvandia.
Falta emprego
para 31,9 milhões de brasileiros, de acordo com a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre terminado em
junho deste ano, taxa mais elevada na série histórica iniciada em 2012. O
desemprego cresceu 13,3% e o contingente de desempregados, que é de
12,8 milhões. Mas o contingente é muito maior, se for considerado os 19
milhões que deixaram de procurar trabalho, muitos impactados pela
própria pandemia que restringe a procura.
Digitalização
Os representantes da Fenaban argumentaram que a redução do
número de agências tem de levar em conta uma mudança na cultura dos
clientes, que diante da pandemia passaram a usar mais o atendimento
digital. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
Osasco e Região, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando, a
pandemia revelou outra realidade. “As agências são necessárias, sim.
Isso a pandemia demonstrou. Há uma grande exclusão de pessoas, que estão
fora do sistema bancário, que não têm conta bancária. Uma parte da
população não tem acesso à internet, não tem celular e nem computador em
casa. O que percebemos é que as pessoas vão nas agências”, disse Ivone.
Os representantes da Fenaban pediram um tempo para discutir as
propostas apresentadas nesta quinta-feira. Disseram que vão reunir
representantes dos bancos na semana que vem para avaliar as propostas d@s bancári@s
sobre defesa do emprego. “Hoje introduzimos esse tema na negociação,
que já tinha uma importância antes da pandemia, mas que ficou maior
ainda. O número de pessoas desempregados é gigantesco. O Brasil está
sofrendo um problema sério e os bancos precisam contribuir com sua
parte. Não dá para fechar agências e quanto às novas tecnologias,
queremos que os trabalhadores sejam realocados e requalificados”,
afirmou Juvandia.
Veja as datas das próximas negociações
11 de agosto – saúde e condições de trabalho
13 agosto – Igualdade
14 de agosto – Cláusulas Sociais
18 de agosto – Cláusulas Econômicas
Fonte: Contraf CUT